A Americanas divulgou um prejuízo de R$ 4,61 bilhões entre janeiro e setembro de 2023, devido a uma queda de 45,1% em sua receita líquida, que totalizou R$ 10,293 bilhões. Esse resultado reflete a crise enfrentada pela empresa, que identificou uma fraude bilionária em suas demonstrações financeiras no ano passado.
A fraude levou a companhia a entrar em processo de recuperação judicial, com uma dívida estimada em R$ 50 bilhões. Como parte de suas estratégias para melhorar sua estrutura operacional e financeira, a Americanas reduziu as vendas da categoria 1P (venda para o marketplace) e migrou algumas categorias de produtos para a categoria 3P (venda pelo varejista), priorizando operações mais rentáveis.
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Os canais digitais da empresa foram os mais afetados, com uma queda de 77,1% nas vendas entre janeiro e setembro de 2023 em comparação com o mesmo período de 2022. O volume bruto de mercadorias (GMV) vendido nos canais digitais foi de R$ 4,8 bilhões, representando apenas 30% de todo o GMV da companhia.
Por outro lado, as lojas físicas mantiveram uma queda mais estável, com um volume de vendas de R$ 9,3 bilhões nos nove primeiros meses de 2022, contra R$ 9,7 bilhões no mesmo período de 2022. As lojas físicas passaram a representar quase 58% das vendas da Americanas, em comparação com 29% no mesmo período de 2022.
A Americanas entrou com pedido de recuperação judicial em janeiro de 2023, e o plano foi aceito pelos credores da companhia apenas em dezembro do mesmo ano, com apoio de mais de 90% dos votantes. O plano prevê o aporte de R$ 12 bilhões em aumento de capital por parte dos acionistas de referência da empresa, entre outras medidas de reestruturação.