A Amazônia Ocidental se tornou a região mais poluída do mundo, segundo dados da plataforma suíça de monitoramento do ar IQAir. A intensa temporada de queimadas florestais elevou os níveis de material particulado na atmosfera, superando até mesmo países como Índia, Paquistão e China, historicamente conhecidos pelos altos índices de poluição.
Tradicionalmente, os meses de setembro e outubro são os mais críticos em termos de qualidade do ar no Brasil, devido ao aumento de incêndios na floresta amazônica. No entanto, os dados recentes indicam que cidades da região já enfrentam níveis de poluição alarmantes desde agosto, com números superiores aos do ano passado.
Em Porto Velho (RO), por exemplo, o mês de agosto de 2024 foi quatro vezes mais poluído do que no mesmo período em 2023. A cidade foi classificada como “perigosa” por sete dias consecutivos e, nesta quinta-feira (5), registrou um nível de poluição 36 vezes maior do que o limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Outras cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, também apresentaram uma qualidade do ar pior que a média histórica, com Rio de Janeiro tendo registrado um ar duas vezes mais poluído que em agosto do ano anterior. No Acre, a capital Rio Branco teve níveis de poluição 26 vezes acima do recomendado, sendo considerada a capital mais poluída do Brasil na última quarta-feira (4).
A previsão da IQAir é de que Porto Velho continue na faixa de “insalubre” a “muito insalubre” nas próximas semanas, enquanto as altas temperaturas e a baixa umidade do ar agravam ainda mais os efeitos da poluição atmosférica.
