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Amazonas não deve enfrentar níveis extremos de estiagem em 2025, diz Wilson Lima 

A declaração foi dada durante o lançamento do Comitê Permanente de Enfrentamento a Eventos Climáticos e Ambientais, nesta segunda-feira (27).

Escrito por
Clara Gentil
January 27, 2025
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Foto: Reprodução/Secom 

Após dois anos de seca severa, o Amazonas não deve enfrentar níveis extremos de estiagem em 2025, de acordo com previsões da Defesa Civil do Estado do Amazonas, divulgadas nesta segunda-feira (27), durante o lançamento do Comitê Permanente de Enfrentamento a Eventos Climáticos e Ambientais.

Um balanço das ações realizadas em 2024 foi apresentado pelo governador Wilson Lima (UB), destacando os esforços no combate às queimadas, os investimentos e as articulações com o Governo Federal, além de apresentar as previsões para a cheia e vazante deste ano. 

“A gente não vislumbra, como eu falei, uma seca que possa comprometer, por exemplo, a produção rural, uma cheia que possa alagar municípios e que possa desabrigar moradores no estado do Amazonas”, disse o chefe de estado em coletiva de imprensa. 

O Comitê Permanente, que será coordenado pelo próprio governador, contará com 33 secretarias e órgãos estaduais, além de apoio técnico-científico para orientar a tomada de decisões e terá foco no enfrentamento às queimadas, realização de obras de infraestrutura e ações de dragagem dos rios além de outras ações voltadas para políticas ambientais. 

Segundo Wilson Lima, os investimentos para desenvolvimento das ações, que chegam a margem de R$ 45 milhões em um espaço de três anos, são provenientes de recursos do governo federal, do Fundo Amazônia, do banco alemão KfW e outras instituições que auxiliam o governo estadual.

Até o momento, o governo do estado já tem disponível R$ 21 milhões do Fundo Amazônia para compra de viaturas e equipamentos de proteção. Outros R$ 21 milhões do Ministério da Justiça estão sendo utilizados para compra de 17 caminhões que serão destinados a 15 municípios, onde serão montadas brigadas permanentes.

“O KfW também está disponibilizando R$ 3 milhões para construção e mais dois quartéis para abrigar essas brigadas. Um quartel em Boca do Acre e outro em Apuí. Os recursos já estão disponíveis e daqui a duas semanas serão apresentados os planos arquitetônicos e aí já inicia o processo de licitação. A nossa expectativa é que, no ano que vem, esses quartéis sejam entregues”, disse. 

Ação de enfrentamento às queimadas 

Dentre as medidas que serão tomadas em 2025, para amenizar os impactos da seca neste ano, está a contratação de 153 brigadistas para atuação no sul do estado, na prevenção de queimadas. 

“Para este ano, nós já começamos as primeiras mobilizações, estamos atualizando o nosso plano de combate às queimadas e estamos começando a montagem das brigadas. Em junho e julho, já teremos esses batalhões montados nesses 21 municípios, com homens do Corpo de Bombeiros e brigadistas dos municípios”, destacou. 

Precipitação

Apesar das fortes chuvas registradas nas últimas semanas, o secretário da Defesa Civil, coronel Francisco Máximo, afirmou que o volume de água previsto para os próximos 30 dias é considerado normal para a época, o que gera preocupação quanto à recuperação dos níveis dos rios. 

“Teremos um volume de um volume de precipitações, principalmente nas regiões Norte e Nordeste e Noroeste do estado, dentro do que é considerado normal. Isso é preocupante, porque o volume de chuva dentro da normalidade não garante ainda uma visão mais otimista de que esses volumes vão recuperar 100% essas bacias”, explicou. 

Os dados meteorológicos mostram um baixo volume de chuvas nos países vizinhos ao Amazonas, o que gerou uma queda no nível do rio Solimões. Segundo o centro de monitoramento da Defesa Civil, esse comportamento das chuvas deve se manter até pelo menos o mês de abril, o que liga a luz de alerta no governo.

“A preocupação está mais abaixo, mais ao sul, mais a sudeste e a sudoeste, comprometendo um pouco o leste do estado também, principalmente os países onde estão as nascentes desses rios. Obviamente, estamos falando de Bolívia, Peru e Colômbia”, apontou.

Calhas

Conforme monitoramento atualizado no dia 24 de janeiro, a situação das nove calhas do Amazonas está em processo de enchente. Para os próximos meses, a previsão da cheia é de picos entre abril e julho para as calhas do Amazonas, enquanto a vazante deve iniciar em meados de agosto e seguindo até novembro.

Até o momento, as previsões indicam um processo de cheia leve a moderada para 2025, bem como a estiagem, que não aponta níveis severos como em 2024.

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