A Universidade do Estado do Amazonas (UEA), por meio do Programa de Monitoramento da Qualidade de Água, Ar e Solos do Estado (ProQAS), apresentou, nesta quarta-feira (13), dados que indicam o consumo impróprio da água do rio Negro para as pessoas, além de outros elementos referentes à qualidade da água, recolhidos nos pontos de coleta. Os dados foram coletados durante a quarta expedição da campanha, realizada entre o final de setembro e início de outubro, com duração de dez dias.
De acordo com o coordenador do projeto, Prof. Dr. Sergio Duvoisin Junior, a ingestão da água do rio não é recomendada devido à presença de pequenas quantidades de coliformes termotolerantes, que são bactérias relacionadas a infecções intestinais.
Após a análise da qualidade da água e identificação dos problemas ou os causadores, um dos objetivos principais do estudo é passar a informação para a gestão pública solucionar. Uma das alternativas apresentadas seria o tratamento básico de hipoclorito, técnica já utilizada pelo governo estadual para purificação da água em comunidades afetadas pela estiagem.
Para identificar a qualidade das amostras recolhidas, o GP-QAT criou o Índice de Qualidade para Rios de Águas Negras da Região Amazônica, pois existem 3 tipos de águas na região: águas negras, águas brancas e águas cristalinas. Esse índice passará pela aprovação do Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CEHR) para ser oficialmente usado nesses projetos.
Na pesquisa também foram identificados outros 13 tipos de metais solúveis e 15 tipos de metais em suspensão. Diferente do rio Madeira, não foi encontrado mercúrio nas análises do rio Negro.
A pesquisa é de suma importância para o estado do Amazonas, pois “essa ferramenta, disponibilizada pela UEA, é muito poderosa para solucionar os problemas da qualidade do rio. Então, devemos passar isso para a gestão pública”, finalizou Duvoisin.
Sobre o ProQAS
O ProQAS, desenvolvido pela UEA, atualmente possui 15 projetos que monitoram o ambiente na região amazônica. É financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) e pela Secretaria do Meio Ambiente.