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Aedes aegypti transgênicos? Entenda o caso

O Brasil é pioneiro na liberação de Aedes aegypti transgênicos

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March 20, 2023
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<p>O Brasil é pioneiro na liberação de Aedes aegypti transgênicos, com testes sendo feitos desde a década passada em cidades na Bahia e no interior de São Paulo.</p>

<p>Um artigo publicado em 2019 sobre um estudo com os mosquitos em Jacobina (BA) na revista Scientific Reports, gerou uma grande repercussão na época. Na conclusão do texto, era dito que se constatou a transferência dos genes transgênicos para a população selvagem de Aedes, que levou ao surgimento de mosquitos híbridos. Após repercussão, a publicação anexou ao original, em 2020, uma nota de preocupação editorial, que expressava críticas ao texto, apoiada por seis dos 10 autores do artigo.</p>

<p>Dois anos após a polêmica, a Oxitec (empresa de biotecnologia com sede no Reino Unido) foi autorizada pelo governo brasileiro, a partir de parecer favorável da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), a vender o mosquito geneticamente modificado em todo o território brasileiro, para empresas e pessoas físicas.</p>

<p>Matheus Valério, biólogo da Detecta, especializada em controle de pragas, relatou:</p>

<blockquote class="wp-block-quote"><p><em>“Estamos apresentando o Aedes do Bem para um grande grupo de clientes e ele está tendo aceitação em muitos deles. Já vendemos para pessoas físicas”.</em></p><cite>Matheus Valério</cite></blockquote>

<p>Com sede em Campinas (SP), a Detecta começou a vender o produto como distribuidora parceira da Oxitec em outubro de 2022. A distribuidora recomenda a liberação dos mosquitos por pelo menos oito meses seguidos, de preferência de outubro a março.</p>

<p>O resumo geral do processo é: o mosquito transgênico foi desenvolvido e é criado num ambiente rico em tetraciclina. Em campo, o inseto macho transgênico copula com a fêmea, que por sua vez, coloca os ovos. Os ovos eclodem e viram larvas, que são de vida aquática. Só que essa prole não encontra nesse meio a concentração elevada de tetraciclina. Com isso, o gene letal é acionado e a larva morre, de acordo com o engenheiro-agrônomo Alberto Soares Corrêa, da Esalq.</p>

<p>No Brasil, não há nenhuma restrição de local para a liberação desses mosquitos transgênicos. Entretanto, o caso ainda gera repercussão. O biólogo José Maria Gusman Ferraz, que também fez parte da CTNBio e votou contra a liberação do mosquito transgênico no país, disse que a liberação só será reavaliada se houver um problema muito grave, e de acordo com ele, talvez seja tarde. E completou:</p>

<blockquote class="wp-block-quote"><p><em>“Quando liberamos um produto, não liberamos apenas a planta ou o inseto transgênico. Liberamos uma tecnologia que pode levar a uma alteração no ambiente.”</em></p><cite>Biólogo José Ferraz</cite></blockquote>

<h2>E você sabe por que os mosquitos são mais atraídos por algumas pessoas?</h2>

<p>Já parou para pensar porque os mosquitos são atraídos por algumas pessoas e outras não? Bom, isso acontece porque os mosquitos usam receptores especializados localizados em suas células nervosas para identificar quais humanos têm o sangue "mais saboroso".</p>

<p>Em pesquisa, cientistas da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, identificaram receptores ionotrópicos especiais nos neurônios do mosquito que ajudam os insetos a detectar odores favoráveis na pele humana. Eles fazem isso detectando diferentes níveis de aminoácidos específicos, sendo alguns mais atraentes para os mosquitos do que outros, segundo dados publicados na revista Cell Reports.</p>

<h2><strong>Saiba como se proteger </strong></h2>

<p>A equipe do Diário da Capital conversou com o doutor Marcus Guerra, infectologista, diretor-presidente da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD). Em entrevista, o médico citou alguns cuidados para evitar a proliferação desses mosquitos, como limpar todos os locais em sua residência ou no trabalho, que possam conter água parada, principalmente neste período de chuva intensa na capital.</p>

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<figure class="wp-block-video aligncenter"><video controls src="https://diariodacapital.com/wp-content/uploads/2023/03/WhatsApp-Video-2023-03-20-at-08.04.08-2.mp4" playsinline></video><figcaption>Entrevista conduzida por Thiago Freire</figcaption></figure>

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<p>Além disso, também alertou sobre os principais sintomas da dengue, que são: febre alta e persistente, dores de cabeça, muscular e atrás dos olhos, fadiga, perda de apetite, entre outros sintomas somados a esses, que variam de acordo com o caso de cada indivíduo.</p>

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