No último fim de semana, o Amazonas FC empatou em 0 a 0 com o Mirassol em São Paulo. Em um jogo truncado, a Onça manteve sua invencibilidade de seis jogos na Série B. O destaque do duelo, porém, ficou por conta da estreia do atacante Dentinho após cinco meses do seu anúncio, em abril deste ano. O jogador estava fora do futebol há dois anos e aqui no Amazonas, recebeu a chance de retornar aos gramados.
De lá pra cá, as inúmeras perguntas que surgiram estavam relacionadas aos motivos que distanciaram essa estreia do atacante. Algo que inclusive, por algumas vezes, até o jogador se questionava: “quando?” Ou pior, achava que tinha a data certa. Muitos desencontros marcaram essa estreia do Bruno Bonfim, o Dentinho.
O cara é simples, gente como a gente, na dele e motivado. Porém, tem uma lucidez apuradíssima, daquela que o diferencia do discurso de “medalhão por dinheiro”. Estava ansioso e queria voltar a jogar. Por pouco, essa estreia nem aconteceu, mas como a história não é minha, e nem posso expor detalhadamente, vou informar a vocês que Dentinho se emocionou na sua entrevista porque sabe o peso desses poucos minutos em campo e da ausência sofrida maior para um jogador, o da família.
Ele disse: “Sobre minha volta, estou muito feliz. Era uma coisa que eu estava batalhando muito para voltar. Tava morrendo por dentro. Ficar fora do futebol, com tantas lesões, me incomodando bastante. Só eu sei a dor que eu passei”, detalhou.
No futebol, é muito difícil você encontrar quem honre palavra ou pior que sustente uma palavra. Dentinho tem consciência que o corpo dele deu sinais, mas ele quis jogar, quis estrear, quis mostrar que futebol faz parte do seu DNA. Aquele relato emocionado passa por tantos bastidores aqui, até notícias infundadas.
Eu troquei um boa tarde com o Dentinho até hoje, mas ele me lembra o Felipe Bastos no Amazonas, apenas queria a oportunidade, o salário era secundário. O que será daqui pra frente, não depende somente dele e ele sabe. E para os que muito perguntavam, de fato eu não tinha a verdade. Eu tinha o que queriam dizer, e eu nunca achei justo.
Que a história do Dentinho, agora pelo Amazonas, tenha um capítulo justo, acima de tudo. Mas saibam entender o processo disso, e não cobrem dele aquilo que não lhe compete.